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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Um pouco de mim

Hoje vou partilhar com vocês, meus leitores, um pouco de mim. Da minha história.
Não estou aqui à toa e não cheguei aqui ontem. Tenho uma história e uma bagagem. Sou o que escrevo e escrevo o que sou.
Realmente, ao contrário do que muitos fazem, eu não omito nada. Não sou formada em jornalismo. Antes, quase fui enfermeira. Acreditem. Nesses revezes da vida, quando a gente fica meio perdido, em especial na adolescência, quando você acha que deve ser uma coisa importante e não aquilo que você nasceu para ser. Pelo menos era assim que eu pensava.
Pois bem, me formei no ensino médio, com 17 anos. Estudei no Santa Rosa em Cabo Frio. Cheguei a prestar vestibular na UFF e na UFRJ. Na UFF, acreditem, para comunicação social, publicidade e propaganda. Minha cara, marketreira que só eu (rsrs). E na UFRJ para medicina, nada a ver comigo. Nada mesmo.
Fiz cursinho seis meses, em Cabo Frio, meio sem vontade, não aguentava mais estudar. Foi quando em visita aos meus parentes, no  Sul, prestei vestibular na UNISINOS, conhecem? Uma universidade muito conceituada, e muito grande no Sul. Uma das melhores faculdades de jornalismo do RS, Patricia Poeta estudou lá.
Que vacilo o meu! Prestei para Enfermagem, passei em 17º lugar, ainda tenho o jornal com meu nome nos aprovados. Uma excelente qualificação, eram muitos candidatos, não sei quantos. Mas isso me encantou e achei mesmo que era minha praia. Quase 3 anos de estudo, derepente não conseguia mais frequentar as aulas. Como me pesava aquilo tudo. Não era pra mim. Nada a ver comigo!Depois de três anos? Precisei de muita coragem para ligar pro meu pai e dizer que não queria mais ser enfermeira, mas ele foi muito bacana comigo e entendeu a situação. Nessa época minha irmã, foi morar comigo, ela tinha só 14 anos!
Logo em seguida, aqui em Búzios meus pais sofreram um baque financeiro muito grande e já não podiam mais manter a mim e a minha irmã, morando no Sul, e muito menos pagar a minha faculdade. Seja qual fosse. Eu e Amanda, decidimos então, fazer uma lista com todos os nossos pertences, que eu tinha adquirido ao longo desses 4 anos que passei no Sul.
Com essa lista, em uma semana vendemos tudo o que tínhamos. TUDO! Desde móveis do quarto até máquina de lavar. Levantamos a grana para as dívidas em uma semana. E voltamos para Búzios. Sem dívidas, mas com medo, medo da realidade que nos aguardava. Não pude regressar à faculdade, fui trabalhar em uma farmácia, depois em uma loja. Meu sonho de fazer uma faculdade, ficou adormecido.
Em 2005, conheci uma realidade que me encantou, uma comunidade de vida e aliança, chamada Lumen de Cristo, fundada pelo Padre Ricardo Whyte. Lá eu conheci oVictor e logo começamos a namorar, em pouco mais de um ano estavamos casados. E decidimos juntos, dedicar parte da nossa juventude ao trabalho missionário. Vivemos assim, durante 4 anos. E nesses 4 anos editavamos Victor, Claudio e eu o Jornal Lumen. Era bom demais. Alí aprendemos o que era o jornalismo e o ardor de faze-lo conhecido. Acredito que conseguimos ajudar.
Vivi ali experiências únicas que me ensinaram boa parte do que eu sou hoje. Toda a bagagem que trago comigo vem dessa parte da minha vida, que me orgulha muito, porque é minha! Ninguém pode tirar esse conteúdo de dentro de mim. Portanto, sou tudo que escrevo e escrevo tudo o que sou.
Depois, quando engravidei do Davi, saímos da comunidade, por motivos mil, mas que não dimiuiram nossa passagem por lá. Victor foi procurar emprego e eu passei a me dedicar ao bebê e a casa. Meu sonho parecia para mim, inatingível. E o tempo passou. Mas o desejo do Victor de ter seu próprio jornal crescia. Montou um blog e eu permanecia dona de casa. Nem sabia a dimensão do sucesso que ele tinha na web 2.0, sou orgulhosa dele, porque ele fazia esse blog enquanto entregava água e gás em uma bicilceta de carga, lá em Unamar, em lanhouses, pois não tinhamos nem PC, nem internet.
E aqui chegamos, no Jornal A Raza, do qual timidamente comecei a partiicpar, e escrever, ainda dona de casa, com dois filhos pequenos e uma casa para cuidar. Victor ainda trabalhava em Unamar, quando sairam as 3 primeiras edições. Que luta, poucos sabem dessa história.
E assim, depois de 12 anos, desde que fui para o Sul estudar enfremagem, aqui estou eu. Descobri o que me fascina, o que me faz viva e que me da forças. Amo escrever e faço isso com a alma. Até agradeço por não ter feito faculdade de jornalismo, poderia inclusive atrapalhar meus estilo. Algumas pessoas grandes do jornalismo já me disseram isso. Para que eu não fizesse faculdade, mas cursos específicos. Porque inclusive hoje o jornalismo de vanguarda não tem sido ensinado nas faculdades.
Tenho ogulho da minha história e da minha bagagem. Tenho orgulho de ver realizado o meu sonho. Não estou à frente de um projeto por conta do meu PHD em HARVARD, mas por conta de um dom e de um desejo incessante de cumprir um papel no mundo.
E não paro por aqui, a história está só no começo. Só no começo, e está sendo escrita não só com letras, mas com a alma e com a vida!





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